#58 - O Brasil Espanhol: Portugueses, Espanhóis e Indígenas para além do Tratado de Tordesilhas

04/07/2023

O Tratado de Tordesilhas, acordo firmado entre Portugal e Espanha em 1494, demarcou limites territoriais do Novo Mundo para os dois reinos. Um meridiano a 370 léguas de Cabo Verde, no qual a oeste da linha imaginária pertenciam aos espanhóis, e a leste pertenciam aos portugueses. Porém, apesar da grande maioria estudar sobre o assunto na escola, essa divisão era mesmo respeitada?
A princípio, essa divisão debilitava as ações dos europeus, proibindo o uso ou exploração do território que não lhe pertencesse. Mas, o que vimos analisando algumas expedições tanto espanhóis quanto portugueses era que a realidade das colônias era bem diferente. Era comum as rotas se misturarem, e grupos de exploradores, governadores e indígenas atravessarem o território de ambos os reinos, sem que o tratado fosse levado em consideração.
Para além disso, um Brasil, propriamente dito, ainda não existia. Mas sim uma colônia portuguesa com fronteiras ainda longe de serem delimitadas. As relações do Brasil com os Vice-reinos espanhóis ainda estavam se estabelecendo, com espanhóis ocupando territórios que mais tarde seriam de Portugal, e o contrário também ocorria, com portugueses habitando regiões onde seriam Argentina e Uruguai, por exemplo. Esse "Brasil Espanhol" do século XVI e XVII era bastante real.
Considerando o Tratado de Tordesilhas, como portugueses e espanhóis se moviam pelo território sul-americano – quase sempre em litígio? Quais eram os contornos desse "Brasil espanhol" num período de fronteiras ainda incertas? Qual foi o papel dos indígenas e seus caminhos na ocupação das terras? Para nos ajudar a pensar essas questões, temos a satisfação de entrevistar hoje a Professora Cláudia Parellada, Arqueóloga, Coordenadora do Departamento de Arqueologia do Museu Paranaense e Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal do Paraná - UFPR.


Dicas e links

Minissérie - El corazón del océano, 2014. 


Conheça nosso entrevistado

Para tratar dessas temáticas contamos com a participação da doutora em arqueologia e coordenadora do Departamento de Arqueologia do Museu Paranaense, Claudia Inês Parellada. Ela fez sua graduação em geologia e mestrado em Antropologia Social na Universidade Federal do Paraná e, posteriormente, defendeu sua tese de doutoramento na Universidade de São Paulo (2006).
Parellada atua no Departamento de Arqueologia do Museu Paranaense desde 1984 e durante seu percurso desenvolveu diversas exposições e pesquisas, bem como elaborou artigos sobre suas experiências e perspectivas na instituição, tal qual: Arqueologia no Museu Paranaense: trajetórias e perspectivas de uma pesquisadora entre 1984 e 2006. Arqueologia - Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas (UFPR), v. 4, p. 231-243, 2007.
Claudia Parellada também é, desde 2021, docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal do Paraná, instituição em que foi pesquisadora convidada em 2002-03 e onde orienta diversos projetos de pesquisa.

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