Simón Bolívar foi um militar e político venezuelano considerado como uma das peças-chave para o processo de independência da América Espanhola entre 1808 e 1824. Sendo chamado de "O Libertador", Bolívar participou ativamente das guerras de emancipação.

Defensor de uma união entre várias regiões da América, conhecida como a República da Gran Colômbia, viu seu projeto ser desfeito. Bolívar renunciou ao cargo de presidente da então sonhada Gran Colômbia, que viria a se tornar a República da Nova Granada e, posteriormente, Colômbia, Venezuela e Equador. Sua atuação também foi capaz de impactar a independência do Peru, e a formação de um país nomeado em sua homenagem, a Bolívia.

Em torno da imagem de Bolívar, há um mito: cabia a ele libertar a América e lhe impor a ordem. Sua trajetória de vida, dos momentos de glória até o exílio, foi lida como o mesmo trajeto da América, sobre a qual, perto de sua morte, afirmou: "Querer governar a América era arar no mar".

Sua vida e seus feitos foram lidos, cultuados e apropriados de diferentes formas. Já foi Patrono do Partido Conservador durante a República de Nova Granada e relembrado no governo de Hugo Chavéz pelo seu heroísmo durante a independência da Venezuela.

Mas, quem foi Simón Bolívar? Qual a sua importância nas lutas pela independência da América Hispânica? Como pensar as apropriações e usos de sua figura do século XIX até hoje? Para responder essas e outras questões, conversamos com as professoras Gabriela Pellegrino Soares, da Universidade de São Paulo, e Fabiana de Souza Fredrigo, da Universidade Federal de Goiás.

Dicas e links

Conheça nossas entrevistadas

Fabiana de Souza Fredrigo é historiadora e fez sua graduação, mestrado e doutorado na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e seu pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP). Em 1998, passou a integrar o corpo docente da Universidade Federal de Goiás, instituição na qual atua até o presente momento na graduação e pós-graduação e que entre 2013-2016 assumiu a Pró-Reitoria Adjunta de Pós-Graduação e, posteriormente, a Coordenadoria do Programa de Pós-Graduação em História (2018-2019). Para além da docência e coordenação, Fredrigo também é autora, organizadora e editora de diversos livros, dentre eles, Guerras e escritas: a correspondência de Simón Bolívar (1799-1830). Publicado pela Editora UNESP em 2010. Seus interesses de pesquisa direcionam-se para as relações entre história, literatura e psicanálise na América Latina independente e contemporânea.

Gabriela Pellegrino Soares é historiadora e fez sua graduação, mestrado, doutorado e livre-docência na Universidade de São Paulo, foi professora visitante do IHEAL/ Université Paris 3 Sorbonne Nouvelle e realizou seu pós-doutorado no Colegio de México, COLMEX em 2006. Atualmente é professora de Hist´ria da América Independente na Universidade de São Paulo ((USP), coordenador do curso de História e da linha de pesquisa "História, cultue e poder", Pellegrino também  é autora, organizadora e editora de diversos livros, dentre eles, "Mediadores culturais na formação da nação e da modernidade na América Latina, século XIX e primeiras décadas do XX", publicado pela editora Intermeios/PPGHS em 2017. Seus interesses de pesquisa direcionam-se aos domínios da história política e cultura da América Latina nos séculos XIX e XX, com destaque para a história das ideias e história das populações indígenas e das mediações culturais na formação das nações.