#41 - 1968 nas Américas: manifestações, repressão e memórias

29/06/2022

1968 foi um ano marcante da história mundial devido ao seu caráter disruptivo e libertador, mas também por causa dos horrores produzidos pelo uso das forças repressivas e pela escalada da violência. Nas Américas, o ano adquiriu enquadramentos próprios, exercendo um fascínio sobre as gerações seguintes e uma ascendência sobre acontecimentos futuros que excedeu em muito os seus limites temporais.

A partir do recorte que 1968 nos oferece, é possível identificar uma série de processos ocorridos no continente americano e que estavam em consonância com o clima de "revolução cultural" da época. Assim, a vitalidade dos movimentos operários, estudantis, sindicais e de grupos historicamente excluídos (mulheres, negros e pessoas LGBTQIA+) de países como EUA, Brasil, Argentina e México produziu grandes manifestações populares, diversificando-se numa ampla gama de ações, que vão das greves estudantis à luta armada. O movimento da contracultura nos EUA, a mobilização de estudantes no México, as estratégias de resistência à ditadura militar no Brasil e as manifestações populares contra os militares na Argentina compõem um vasto quadro sobre o qual se inscreviam muitas aspirações e anseios de liberdade, democracia, igualdade e justiça social.

Naqueles tempos de violência e utopia, chama a atenção o protagonismo que a juventude passou a ter, participando de modo decisivo de episódios como o movimento estudantil mexicano de 1968 e o Cordobazo (1969). Esse protagonismo dos jovens estava ancorado numa cultura juvenil que, embora não fosse homogênea, guiava-se por uma sensibilidade romântica, que apostava no voluntarismo da juventude como modo de promover mudanças sociais.

Quais seriam as memórias sobre 1968 nas Américas? Como compreender o papel que os jovens tiveram naquela época? Como contar as histórias dos movimentos estudantis, operários e sindicais ao longo dos anos 1960-1970? Quais as lições deixadas por 1968?

Para responder a essas e outras questões, conversamos com Larissa Jacheta Riberti, professora do Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Campus Ceres/Caicó.

O episódio já está disponível nas principais plataformas de podcast e também em nosso canal no YouTube. Esperamos que gostem do programa e deixem suas opiniões, sugestões e críticas! Também não esqueçam de nos seguir em nossas redes sociais.


Dicas e links

Documentário "1968: la revuelta global"

Série "Un extraño enemigo", de Gabriel Ripstein (2018)

Documentário "Los rollos perdidos", de Gibran Bazan (2012)

Documentário "El grito", de Leobardo Lopez Aretche (1968)

Filme "Tlatelolco: verano del 68", de Carlos Bolado (2013)

Filme "Rojo amanecer", de Jorge Fons (1989)

Museu "Casa de la Historia del movimiento Obrero" Córdoba


Conheça nossa entrevistada

Larissa Jacheta Riberti é doutora em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sendo que durante 2015 realizou seu Doutorado Sanduíche no Instituto de Investigações Sociais da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), instituição na qual atuou como professora substituta (2015), cargo também desenvolvido na Universidade Federal de Alfenas (2016-2017). Atualmente Larissa Riberti é professora adjunta de História Contemporânea e coordenadora do curso de graduação em História na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (campus Ceres/Caicó) e se interessa por temas relacionados à América Latina, História Contemporânea, México, movimento estudantil de 1968, movimentos armados política, direitos humanos, transições democráticas, justiça de transição, gênero, memória e oralidade.

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