#86- Os Povos Maias

13/05/2025

No episódio dessa semana, falamos sobre os Maias, um dos povos mais citados em sites, documentários ou livros didáticos que abordam a América pré-colombiana, mas, ao mesmo tempo, muito desconhecido.A região em que se desenvolveu a Civilização Maia corresponde ao que hoje é a Península do Iucatã, no México, entre outras partes da chamada Mesoamérica. Os primeiros sinais do que poderíamos denominar como cultura maia remetem há cerca de 2000 a.C e se estendem até hoje.O desenvolvimento de cultivos como o milho e os contatos com diferentes culturas fizeram com que as cidades se multiplicassem ao longo do tempo. No período denominado por alguns autores como "clássico", a região chegou a ter centenas de cidades, algumas delas com várias dezenas de milhares de habitantes. Apesar disso, não houve um processo de centralização do poder. Ainda que houvesse alianças e outros tipos de relação entre diferentes cidades, nunca existiu algo que poderia ser identificado como um "reino" ou um "império" maia, com as comunidades se organizando em cidades-Estado.Com o tempo, muitas dessas cidades foram abandonadas ou diminuíram de tamanho e importância. Esse processo levou alguns autores a identificar um "colapso maia", imagem que, apesar de ainda ser muito difundida, vem sendo cada vez mais questionada por pesquisas recentes, levando os historiadores a substituir a noção de colapso pela de transformação.A ideia de colapso também é problemática por sugerir o desaparecimento dessa cultura séculos atrás. Contudo, é preciso estar atento ao fato de que, ainda hoje, existem grupos que se denominam como maias em regiões dos atuais México e Guatemala, por exemplo, o que reforça a ideia de transformações ao longo do tempo, ao invés de um desaparecimento.Quais são as principais características dos maias? De que formas eles se organizavam e relacionavam entre si e com outros povos? Como se deu o contato com os europeus a partir do período colonial? Para essas e outras perguntas, conversamos novamente com Eduardo Natalino dos Santos, professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo

conheça nosso convidado

É professor e pesquisador no Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) desde 2006, onde leciona as disciplinas História indígena, História da América pré-hispânica e História indígena colonial. Bacharelou-se e licenciou-se em História (1995) na USP, onde realizou também seu mestrado (2000) e doutorado (2005) em História Social. Nesse período, fez cursos, estágios e pesquisas na Universidad Nacional Autónoma de México (2002-2003) e na Stanford University (2004). Realizou pesquisas sobre as cosmologias e histórias pré-hispânicas e coloniais dos povos indígenas da Mesoamérica e dos Andes Centrais e, sobre esses temas, defendeu sua tese de livre-docência e se tornou professor-associado em 2020. Desde 2021, tem se dedicado a estudar os modos como os povos indígenas da Mesoamérica e Andes Centrais praticaram e conceberam os atos de conquistar, dominar, comandar e governar, tanto no período pré-hispânico como no colonial inicial, para chegar a compreender a produção e uso do poder nessas duas macrorregiões histórico-culturais da América indígena. É orientador de mestrado e doutorado no Programa de Pós-graduação em História Social da FFLCH da USP e um dos membros-fundadores do Centro de Estudos Mesoamericanos, Amazônicos e Andinos (CEMAA) e do Centro de Estudos Ameríndios (CEstA), ambos da USP, onde atua, respectivamente, como coordenador (desde 2000) e pesquisador (desde 2011). Foi membro do Conselho Editorial, vice editor e editor da Revista de História da USP. Entre suas principais publicações estão Deuses do México indígena, Tempo, espaço e passado na Mesoamérica, História e Arqueologia da América indígena, livro em que é um dos organizadores e Textos e imagens, histórias e cosmologias indígenas da Mesoamérica e Andes Centrais. Foi professor nos ensinos médio e fundamental entre 1992 e 1997 e escreveu o livro paradidático Cidades pré-hispânicas do México e América Central.

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