#85 - Os Jesuítas e a América

No episódio dessa semana, falamos sobre os jesuítas, ordem religiosa fundada por Inácio de Loyola em 1534, dentro do contexto das reformas religiosas. A Companhia de Jesus exerceu um papel muito importante nos esforços de evangelização em territórios como a China, o Japão, a Índia e as Américas. No Brasil, os jesuítas chegaram em 1549, liderados por Manuel de Nóbrega. Nas décadas seguintes, começaram também a atuar em diferentes partes das colônias espanholas. Apesar de não serem os únicos religiosos a estabelecerem este tipo de organização social, os jesuítas foram muito conhecidos pelas missões, fundadas em regiões como a Amazônia, o norte do México e territórios da Argentina, Paraguai e do sul do Brasil. A Companhia também exerceu um papel central em relação à educação durante o período colonial. As primeiras instituições de ensino no Brasil foram criadas por membros da ordem. A cidade de São Paulo, por exemplo, foi fundada a partir de um colégio jesuíta. Ao longo de sua trajetória, os jesuítas tiveram confrontos com diferentes grupos, como bandeirantes, funcionários da Coroa ou mesmo membros da própria Igreja. A visão negativa sobre a sua atuação se ampliou durante o século XVIII, relacionada ao acúmulo de poder e terras controladas pela ordem, o que gerou reações por parte das coroas ibéricas. Em 1759, os jesuítas foram expulsos de Portugal e suas colônias. Poucos anos depois, em 1767, decisão semelhante foi tomada pelos espanhóis. A reabilitação dos jesuítas só ocorreu ao longo do século XIX, com membros da ordem voltando a atuar em solo americano, de onde saiu o primeiro integrante a ser eleito Papa: Jorge Mario Bergoglio, que adotou o nome de Francisco. Como e quando surgiu a Companhia de Jesus? Qual foi a sua atuação na América durante o período colonial? Como foram criadas e funcionavam as missões jesuíticas? Para responder a essas e outras questões, temos a honra de conversarmos hoje com Maria Cristina Bohn Martins, professora da Unisinos
Conheça nosso convidado

Professora Titular da UNISINOS, vinculada à Graduação e ao Programa de Pós-Graduação da Universidade. Atual coordenadora do Programa de Pós Graduação em História da Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Bolsista Produtividade do CNPq (Nível 2, 2010-2016; 2021 atual). Doutorou-se em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (História Ibero-Americana com a Tese: A festa guarani das reduções: perdas, permanências e transformações que recebeu o Prêmio Anpuh RS de Teses, 2006. Membro da Societé internationale détudes jésuites (SIEJ), liderada por Pierre-Antoine Fabre, e da Comisión Permanente de las Jornadas Internacionales sobre las Misiones Jesuíticas; Membros da Comissão Científica Internacional do Projeto Pombal Global Obra Completa Pombalina; Líder do Grupo de Pesquisas (CNPq) Jesuítas nas Américas, reunindo pesquisadores do Brasil, Argentina, Portugal e Açores. Membro do Comitê Científico das Revistas: "IHS -Antiguos Jesuitas en Iberoamerica" [Córdoba, Argentina] e "Ultramares" [Alagoas]. Membro do Comitê Editorial da Revista "História Unisinos". Membro da Comissão Assessora da Área de História do BNI-ENADE. Tem experiência na área de História da América, atuando em tema ligados às sociedades indígenas, missões religiosas, dinâmicas de fronteira e relações interétnicas.