O processo de expansão da fé cristã contou com a participação de diversas instituições religiosas durante o século XVI. A presença dos europeus em terras ameríndias foi além de uma conquista territorial, com impactos visíveis até os dias atuais.

A catequização dos indígenas foi uma das ferramentas usadas pelas lideranças religiosas para guiar a população ameríndia pelos caminhos da salvação e do conhecimento do cristianismo. Presentes desde o início da chegada nas Américas, franciscanos, dominicanos e outras ordens religiosas fizeram parte do que alguns autores denominam como uma "Conquista Espiritual": um processo longo de tentativas de conversão e de assimilação das culturas nativas.

Não havia no período colonial uma Igreja absolutamente coerente enquanto instituição, mas uma disputa sobre como deveria se dar essa conquista espiritual. Por um lado, precisamos pensar nas diferentes temporalidades. A institucionalização da Igreja católica nas Américas passou por momentos distintos e enfrentou transformações, como aquelas decorrentes da Reforma Protestante e da Contrarreforma Católica em meados do século XVI. Além disso, a relação entre a Coroa e Clero foi complexa, repleta de disputas e debates sobre o papel das lideranças religiosas e a maneira como deveriam ser encaradas as populações indígenas. A diversidade interna da Igreja é outro elemento a ser levado em conta. Dominicanos, franciscanos, jesuítas, entre outras ordens religiosas que aportaram nas Américas imprimiram formas variadas de atuação e de relação tanto com as autoridades seculares quanto com os indígenas.

Como era a relação entre a Coroa espanhola e a Igreja? Como a Reforma Protestante e a Contrarreforma católica impactaram as ações das ordens religiosas na América? Como deveria ser o processo de cristianização dos povos nativos? Para falar sobre essas e outras questões, convidamos Anderson Roberti dos Reis, professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

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