O início do século XIX está repleto de debates e revoltas que geraram processos de ruptura nas Américas. A Independência dos Estados Unidos (1776), a Revolução Francesa (1789) e a Revolução Haitiana (1794) são alguns exemplos de mudanças de poder e rompimentos nas relações entre metrópole e colônia.

Além disso, os ideais de representatividade, liberdade e igualdade estavam sendo discutidos nas colônias. No decorrer desse século, após longos processos, revoltas e guerras, muitas das até então colônias europeias na América vão se declarar independentes, dando início a um longo processo de construção das nações e das identidades em cada um dos recentes países latino-americanos.

Por muito tempo, as narrativas sobre as independências se restringiram à história nacional. Mitos fundadores, nacionalismos e a construção de uma identidade nacional eram vistos como mais importantes do que as relações entre as diversas partes do continente.

No entanto, no ano em que se comemora o Bicentenário da Independência brasileira, é interessante analisarmos as relações e influências que outros países e regiões tiveram com esses processos.

Pensando nisso, quais foram as relações entre o processo de independência brasileiro e o de outras regiões da América? Como nossos vizinhos interpretaram e reagiram à criação de um império na América? Para responder essas e outras questões, conversamos com a professora Hevelly Acruche, da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Dicas e links

Conheça nossa entrevistada

Hevelly Ferreira Acruche fez seu mestrado e doutorado na Universidade Federal Fluminense (UFF) e atualmente é professora adjunta na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), atuando tanto na graduação quanto no programa de pós-graduação. Entre 2016 e 2019 foi professora de História e Pedagogia na Unileya e entre 2017 e 2019, foi professora substituta de História da América na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A professora doutora integra os grupos de ensino e pesquisa GEF e GEPAM, respectivamente, Grupo de Estudos de Fronteira e do Grupo de Ensino e Pesquisas Americanistas, bem como coordena o projeto de extensão universitária Canal da América: divulgação histórica e História Pública, iniciativa focada em promover conversas com especialistas sobre temáticas referentes à História das Américas que, objetivando alcançar um público mais amplo, é viabilizada semanalmente no YouTube.
Por fim, Hevelly Acruche tem como temas de interesse a História do Brasil, História da América colonial e independente, com ênfase nos estudos sobre escravidão africana e indígena, fronteiras, geopolítica e relações internacionais, circulação de pessoas, objetos e informações.